Mesa com smartphone com Facebook aberto

Os jovens, os buscadores e as redes sociais

Durante o SMX São Paulo, apresentei um painel de discussão com 6 jovens sobre a maneira como utilizam as redes sociais e os mecanismos de busca. O objetivo era aprender um pouco sobre o comportamento deles e sobre como decidem comprar produtos e buscar informações a respeito dos seus hobbies e marcas. O resultado foi bastante interessante!

Apesar do painel não contar com uma representatividade estatística, tivemos 3 representantes femininas e 3 masculinos, entre 17 e 21 anos de idade, vale a pena conferir os resultados! Conduzi o painel junto aos jovens com perguntas como “Você já comprou on-line?”, “Como você busca informações sobre sua banda de música favorita? Pode mostar pra gente ali no computador?”, “Se eu te desse um único minuto para acessar a Internet, qual seria a primeira coisa que você faria?”. Foram várias as perguntas e os adolescentes foram bastante participativos. O Alexandre Magalhães, do Ibope, também participou do painel que teve Tommy Lorsch como mediador.

O resultado? Orkut, Orkut, Orkut! Acredito que a platéia tenha ficado tão surpresa quanto eu (ou mais). Eu já tinha uma idéia forte sobre os hábitos de uso da Internet pelo adolescente médio brasileiro, até porque saí dessa categoria há pouquíssimo tempo, mas fiquei um tanto quanto instigada pela presença repetitiva do Orkut nas atividades de todos eles e a importância dessa rede social em seu dia-a-dia.

Ao perguntar se algum deles tinha MySpace, todos responderam que não. Ao questionar sobre o Facebook, cara de “o que é isso?”. Na hora do Twitter então…”Twitter??? Ahnnnn???????”. O ponto é que o Orkut é realmente a referência nacional dos adolescentes, ou pelo menos do grupo ali presente.

Onde buscam informações sobre seus hobbies? Vamos a simulação do diálogo:

Eu: Você falou que é fã do Iron Maiden. Onde você encontra informações sobre ele?
Rapaz: No Orkut.
Eu: Mas é se for um lançamento novo, novo clipe, uma notícia?
Rapaz: No Orkut.
Eu: Você pode me mostrar como é o processo?
– Rapaz levanta, vai até o computador, abre seu Orkut e vai direto em uma das comunidades do Iron Maiden em que participa –
Eu (insistindo): E o clipe novo?
Rapaz: Está tudo aqui. Se sai algo novo alguém já posta na comunidade e a partir daqui vou entrando nos links para o YouTube ou outros.

Ah sim…Faz sentido! E quanto ao time de futebol? Também no Orkut. Opiniões sobre produtos? Orkut. Falar com os amigos? Orkut e um SMS em última instância, caso o Orkut esteja fora do ar, até porque eles mesmo falaram que não têm o contato de todos os amigos porque…”estão todos no Orkut”.

Outra informação surpreendente, mas nem tanto, é quanto aos links patrocinados. Dentre todos eles, uma menina disse que achava que “aquilo ali” devia ser relacionado a sites que “pagam mais para estar ali”. Todos os outros disseram não saber que era anúncio porém…Não clicam neles. Sim, eles não sabem que se trata de anúncio mas simplesmente ignoram. Evolução natural da espécie talvez? Eu perguntei “Você não reparou que tem uma cor diferente ali em cima? Amarelo no fundo?” e a resposta “Não, nem tinha reparado naquilo ali”, eu novamente “Mas você sabe o que é? Por que não clica?” e a resposta unânime “Não sei, simplesmente não clico”.

Levando um pouco do ponto de vista de agência (sou Gerente de Marketing em Redes Sociais da Media Contacts) perguntei como eles se sentiriam caso uma marca patrocinasse uma das suas comunidades favoritas, oferecendo conteúdo relevante. “Ah, eu ia gostar, se tivesse coisas que eu gosto, por mim tudo bem”. E outra, dessa vez para o Corinthiano roxo do grupo: “Você entraria em uma rede social inteira voltada para o seu time ou você preferia continuar entrando nas comunidades já existentes do Orkut?”. Ele: “Bom, depende do momento né…Se eu tiver com tempo disponível ou tiver rolando um jogo importante eu ia gostar de estar numa rede social dedicada a isso”.

Os adolescentes fizeram um pedido para a platéia: “Por favor, parem de colocar esses anúncios que pulam na nossa cara enquanto navegamos, pop-up é muito chato!”. Por outro lado, disseram não se incomodar com spam por scrap no Orkut quando é algo interessante para eles, como baladas.

Não podemos tirar conclusões baseadas nessa pequena amostra mas acredito que esse início pode abrir o olho de alguns dos clientes e agências que estavam ali presentes. A moçada de agora pode até não ser o cliente de hoje, mas com certeza o será dentro de pouquíssimo tempo e eles não olham para seus anúncios, mesmo em links patrocinados, porém passam o dia inteiro no Orkut. O resultado disso? SEO funciona, eles prestam atenção em resultados naturais. Social Media? É a chave! E quem abrir a porta primeiro…Vai ter muito a ganhar.

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